domingo, 5 de dezembro de 2010

Ele

E ele tinha aquela casca. Aquela crosta que não cabia, que não era dele. Aquela pele maldita, a boca maldita, o corpo maldito. Um corpo que não se encaixava, que não se media.
E eram suas palavras falsas, seus roucos lamentos, eram suas ambições. Tudo demais/menos para ele.
Era aquela roupa furada, um desejo furado. Tudo salpicado.
E ele se arrastava, rastejava numa existência vã.
E ele não era ele, nunca foi ele.
Porque ele simplesmente nunca existiu.
E se existiu, nunca teve muita importância.

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