segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Eu prometo

Eu prometo que essa é a última vez que vou entrar no seu orkut pra ver os recados que ela te mandou. Prometo que nunca mais vou perguntar por você para meu primo no msn. Prometo que não vou mais chorar ouvindo aquelas músicas idiotas. Prometo que vou estudar três horas todo dia. Prometo que vou parar de roer unha. Prometo que nunca mais vou ficar olhando aqueles caras idiotas e bonitos. Prometo que vou parar de chorar porque você não sofre por mim. Prometo que vou ficar menos tempo no msn esperando você ficar on-line só pra sentir meu coração acelerar. Prometo que vou ignorar aqueles gatinhos bonitinhos da loja de ração da esquina. Prometo que não vou mais chorar assistindo filmes. Prometo que vou sair do teatro pra ter mais tempo pra coisas úteis. Prometo que nunca mais vou me sentir mal quando aquelas meninas populares me esnobarem. Prometo que vou começar a gostar de trigonometria e física.

Eu só não prometo que vou parar de mentir.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Outros tempos

Há um ano atrás eu estava aflita. Não queria mais a mesma comodidade dos anos anteriores. Desejava o ardor de lutar por algo, a vontade de esquecer de tudo e ao mesmo tempo não perder o foco. Eu ria da minha desgraça e fazia esforço pra limpar os olhos quando chorava no banheiro. Ansiava por liberdade e formava ideologias. Hoje talvez até riria um pouco da minha ousadia ao defender nos debates as soluções para a sociedade que eu ainda acho doente. Já era viciada em chocolate e talvez eu tenha comido umas três barras entre os intervalos de aulas. Não imaginava como seria tudo dali em diante, mas queria tanto viver que algo dentro de mim praticava me empurrava enquanto andava e basicamente me obrigava a acreditar que amanhã tudo seria melhor. Hoje odeio tanto esse otimismo, mas parece que sou obrigada a ficar repetindo-o para os outros e é estranho abraçar alguém enquanto chora quando você também está sofrendo. Antes eu ainda era cheia de sonhos e perspectivas menos realistas do que as de hoje, mas talvez eu fosse a Kênia que vai se perdendo aos poucos e aprendendo que o mundo está cada vez mais do jeito que eu digo e menos como queria que fosse. Meus deletérios se agravaram, mas a letargia continua a mesma. Ainda procuro motivos para viver, tentando sonhar mais uma vez e agarrar tudo em que creio com as duas mãos. Minhas ilusões eram mais saudáveis e minhas incertezas eram quase certas e menos trágicas. Talvez tenha restado um pouco daquela jovem crítica e um tanto revolucionária na poeira da minha existência. Lembrar de tudo aquilo parece mais surreal agora que acredito menos em que um dia tenha existido dentro de mim uma garota que se esforçava muito pra ser feliz e que independentemente de conseguir ou não, acabava rindo no final das contas. Acho que sinto falta dela.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Declaração

Hoje só uma coisa a declarar: lágrimas.
Mas eu sei que vai passar. E depois eu vou poder falar melhor sobre isso.
Me desculpem.